Orientações para descrição de imagens
Vamos finalizar este módulo com algumas orientações para descrever imagens, atitude que garante acessibilidade e pode fazer a diferença no atendimento de saúde. Confira no vídeo a seguir.
Transcrição
Tela com fundo preto contendo texto em branco. Esta licença permite que outros adaptem, remixem e criem a partir deste trabalho para fins não comerciais, desde que atribuam ao autor o devido crédito e que licenciem as novas criações sob termos idênticos. Este vídeo contém audiodescrição e acessibilidade em libras.
Olá, sou Carolina Sacramento, uma mulher negra, de pele parda, cabelos crespos, encaracolados na altura dos ombros. Estou usando uma roupa branca e preta de listras e estou na biblioteca de Manguinhos. Nesse vídeo vamos conversar sobre a importância de descrever imagens para pessoas com deficiência visual no contexto da saúde e apresentar algumas dicas para te ajudar nessa tarefa.
Vinheta em movimento onde quatro quadrados se conectam como em um quebra-cabeça. Em cinza, Trilhas da Inclusão, formação básica em acessibilidade comunicacional. Tela com fundo branco e azul. A parte branca ocupa a esquerda e o centro e se conecta com a parte azul à direita como uma peça de quebra-cabeça. Os textos estão em azul e preto. Trilhas da inclusão na perspectiva da deficiência visual: Cegueira e Baixa Visão. Orientações para a descrição de imagens.
Carolina Sacramento, professora e analista de sistemas da casa de Oswaldo Cruz /Fiocruz.
No rodapé, quatro peças de um quebra-cabeça estão encaixadas formando um quadrado. A primeira tem fundo azul com a logo do SUS em branco. A segunda tem fundo marrom com a silhueta do castelo da Fiocruz em branco. Abaixo, a terceira tem fundo roxo e o desenho em branco de uma lâmpada acesa. A quarta com fundo verde, o desenho de uma figura humana de braços e pernas abertas com moldura circular. Ao lado, o texto em cinza escuro. Trilhas da Inclusão: Formação básica em acessibilidade comunicacional.
O intérprete de libras é um homem jovem, branco, de cabelos curtos, castanhos ondulados, usa camisa de botões preta. Está de pé.
As pessoas sempre usaram imagens para se comunicar desde os tempos antigos, quando moravam em cavernas. Naquela época, elas desenhavam imagens para mostrar os outros como caçavam. Hoje em dia, ainda usamos imagens e outros elementos visuais como gráficos para nos comunicar em muitas situações diferentes. Inclusive durante o atendimento de saúde. Descrever imagens é fundamental para garantir acessibilidade comunicacional das pessoas com deficiência visual. Existe uma técnica profissional utilizada para esta finalidade, que é a áudiodescrição. A áudiodescrição é um serviço feito em conjunto por um áudio descritor, uma pessoa sem deficiência visual e o consultor que é uma pessoa cega ou com baixa visão. Esses dois profissionais precisam ter formação e experiência na técnica. Não é nosso propósito ensinar a técnica de autodescrição. Esse tipo de conhecimento deve ser fornecido informações fornecidas por profissionais experientes e instituições especializadas, como o instituto Benjamin Constant, no Rio de Janeiro. Aqui resumimos um conjunto de boas práticas para ajudar você, profissional da saúde, na tarefa de escrever uma imagem em um atendimento ou na interação com uma pessoa com deficiência visual no contexto da saúde. A primeira pergunta que deve ser feita antes de iniciar a descrição é, o que você quer comunicar com a imagem? Para evitar que a descrição feita resulte algo complexo ou de difícil compreensão para uma pessoa que tenha deficiência visual, Você tem que identificar o que é que mais chama a atenção naquela imagem e é relevante comunicar, por exemplo, em um cartaz. O cartaz é uma imagem que possui diversos elementos gráficos e textuais em sua composição. Ao descrever esse tipo de imagem para uma pessoa com deficiência, priorize a informação textual, principal foco da campanha de comunicação e destes elementos gráficos menos relevantes em segundo plano ao fazer essa descrição. Após identificar o que é relevante e comunicar, o passo a passo para descrever esse tipo de imagem, seria:
1) iniciar a descrição indicando o tipo de imagem: cartaz;
2) informar qual o propósito do cartaz ou a campanha que ele está comunicando;
3) indicar o que está escrito;
4) apontar o que mais chama atenção do cartaz e é relevante comunicar.
Um outro exemplo de situação em que a descrição de imagem é importante seria um exame em que o resultado apresentado em documento impresso ou digital, com gráficos. Para ajudar o paciente cego ou com baixa visão a entender o resultado desse exame, é importante que as informações contidas nesse gráfico sejam descritas de forma detalhada, incluindo as escalas, os valores numéricos e as tendências utilizadas no gráfico. No caso de gráficos, um passo a passo para definição seria:
1) iniciar a descrição indicando o tipo de imagem: gráfico;
2 indicar qual é o tipo de gráfico que a imagem representa, se é o gráfico de barras, se é um gráfico de pizza, entre outros;
3) indicar qual dado é apresentado no gráfico. Para isso, utilize as informações dos eixos e da legenda;
4) acrescentar as informações principais apresentadas no gráfico isso é, as informações que compõem o conteúdo do gráfico, com indicação de escala dos valores numéricos e das tendências apresentadas.
Um passo a passo mais genérico que pode ser adaptado para fotografias e outros tipos de imagem seria:
1) iniciar a descrição indicando tipo de imagem que está sendo descrito, se é uma fotografia, um desenho, um mapa;
2) indicar de maneira geral o que está sendo representado na imagem;
3) usar a fórmula simplificada formato mais sujeito, mais paisagem ou contexto, mais ação.
4) identificar os elementos relevantes na imagem;
5) adotar a seguinte ordem ao descrever de cima para baixo, da esquerda para a direita, a não ser que o foco esteja em outro lugar.
Esteja atento também algumas dicas adicionais para evitar a criação de descrições confusas ou inadequadas.
1) não interprete e nem use adjetivos para qualificar os elementos da imagem;
2) descreva somente o que você vê;
3) seja objetivo na descrição;
4) não utilize pronomes possessivos, por exemplo, seu, sua, seus, suas. Isso pode dar a maior confusão. A pessoa pode ficar na dúvida se é dela ou se é sua;
5) mencione versões simplificadas das cores, por exemplo: ao invés deaAzul-celeste ou azul piscina, utilize azul claro;
6) inscreva sempre do ponto de vista do observador, por exemplo, à esquerda ou à direita, de quem observa a imagem;
7) utilize verbos no presente do indicativo.
Espero que esse conteúdo tenha tem ajudado a compreender a importância da descrição de imagens para pessoas com deficiência visual e que as dicas que apresentamos te ajudem durante o atendimento de saúde ou alguma interação que você tenha com essas pessoas. Um abraço e até a próxima.
Agora que você já finalizou o módulo da Pessoa com deficiência visual, não deixe de fazer os outros dois: Pessoa com deficiência intelectual e Pessoa Surda ou Pessoa com Surdez
Você pode fazer todas as trilhas, duas ou apenas uma.